quarta-feira, 20 de maio de 2009

Casamento Arranjado

A Lina é indiana, é Eng.ª Informatica, tem 24 anos e teve um casamento arranjado pela mãe.
- E se não gostassem um do outro?
- Podíamos dizer que não...
- E se te apaixonasses por outra pessoa?
- A minha mãe arranjava-me o casamento com essa pessoa.
Debaixo da língua estava a pergunta: “E ama-lo?” De qualquer forma tive receio de pisar terreno pantanoso e para não a incomodar não fiz mais perguntas. Se ela não foi obrigada e se concorda, acho que é com ela. Mas ao mesmo tempo não sei o que pensar disto.Vai contra tudo o que está por detrás do slogan “Single & Fabulous” que caracteriza a mulher de carreira actual.
Ela não deixa de estar casada, com orgulho, e apesar de não o ter escolhido considera-o família. A Lina parece não acreditar que é assim tão importante esperar a vida toda por uma alma gémea.

4 comentários:

Noiva Judia disse...

Há tradições ue estão muito enraizadas en determinadas sociedades, por mais modernas que as pessoas sejam...

Osga disse...

Concordo com a Noiva!

Os Indianos e as suas tradições é muito à frente!

*B* disse...

Limito-me a respeitar, ainda que me incomode este tipo de situações!

Beijinho, Lu*

Ana disse...

Eu já pus a hipótese do Single&Fabulous, mas depois compreendi uma coisa. A minha avó sempre me perseguiu para me casar virgem e só ter um homem a vida toda e blablabla, sempre soube que isso eram conversas de outro tempo. Até que, na minha longa espera pelo amor da minha vida, compreendi que a felicidade é, exactamente, pelo menos para mim, aquilo que tanto condenei no pensamento dela: casar, ter filhos, ter netos, morrer quentinha na cama. Não é perfeito? Quer dizer, quem hoje em dia tem o privilégio de se casar com uma pessoa que ame, viver a vida inteira ao lado dele (e não separar-se ao fim de três meses sem que ninguém perceba porquê), ter filhos com ele (olha só, filhos! um bocadinho teu e um bocadinho dele, sentido para a nossa vida: afinal não viémos só lutar por território para nós, não viémos ao mundo só como sugadores dos seus recursos, não, viémos dar-lhe qualquer coisa) e morrer ao lado dele...

Não me parece que, a longo prazo, uma carreira te possa trazer mais felicidade que isto... quer dizer... quando te zangares com a carreira, ela não voltará a conquistar-te com um abraço ou um telefonema a meio da noite...

Mas claro que, cada um, tem a sua visão e que a mulher, depois de anos de "escravatura", deve ser a primeira criatura a exigir liberdade... mas digo por experiência própria: temos que atentar se a liberdade que queremos é por orgulho ou por vocação.